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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


Passou aqui uma nuvem
Com o formato de um anjo
E cantou no meu alpendre
Aguaceiro de harpa e banjo
A seguir veio outra nuvem
Mais cinzenta e apressada
E deixou no meu alpendre
O cheiro da terra molhada
Depois vieram mais duas
Como flocos de algodão
Derramaram sobre as ruas
O resto de uma canção
Aguaceiro, aguaceiro
Trazes chuva de manhã
Nesse ritmo certo e brando
Podes cair todo o dia
Se parares de vez em quando
Depois veio a clave de sol
E pôs fim ao aguaceiro
Levantou-se o girassol
Sorrindo para o limoeiro
Depois foram pra nordeste
Cantar noutra freguesia
E tudo o que ficou foi este
Bocado de melodia
Cantou chuva já sol posto
Nas varas da minha umbrela
Veio salpicar meu rosto
E eu até cantei com ela
Aguaceiro, aguaceiro
Trazes chuva à meia-noite
Para cantar na vidraça
Podes cantar toda a noite
Que eu até te acho graça

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