Homem que olhas nos olhos que nao negas o sorriso a palavra forte e justa Homem para quem o nada disto custa
E teu a ti o deves lança o teu desafio
Gente igual por dentro gente igual por fora
Com a caneta do teu papá
Pra voar mais vale ter uma na mão
Quando eu for grande quero ser Mais pequeno que uma noz P´ra tudo o que eu sou caber Na mão de qualquer de vós
Quando eu for grande quero ter O tamanho que não tenho P´ra nunca deixar de ser Do meu exacto tamanho
Quando eu for grande quero ser Ponte de uma a outra margem Para unir sem escolher E servir só de passagem
Quando eu for grande quero ser Uma pedra do asfalto O que lá estou a fazer Só se nota quando falto
Quando eu for grande quero ser Uma laje de granito Tudo em mim se pode erguer Quando me pisam não grito
Rebanho pelo medo perseguido, já vivemos tão juntos e tão sós que da vida perdemos o sentido...
Decisão e coragem valem menos E a vida sem viver é mais segura.
No beco dos mal-fadados os catraios passam fome têm os dentes enterrados no pão que ninguém mais come os catraios passam fome
Na ruela de má fama o charlatão vive à larga chegam-lhe toda a semana em camionetas de carga rezas doces, paga amarga
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
E se tudo o mundo é composto de mudança, Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.
Mas se tudo o mundo é composto de mudança, Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto.
Mas se tudo o mundo é composto de mudança, Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
Mas se tudo o mundo é composto de mudança, Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
Não cantes alegrias a fingir Se alguma dor existir A roer dentro da toca Deixa a tristeza sair Pois só se aprende a sorrir Com a verdade na boca
E agora eu olho à minha volta Vejo tanta raiva andar a solta Que já não hesito Os hinos que repito São a parte que eu posso prever Do que a minha gente vai fazer
Quando eu finalmente eu quis saber Se ainda vale a pena tanto crer Eu olhei para ti Então eu entendi É um lindo sonho para viver Quando toda a gente assim quiser
E então olhei à minha volta Vi tanta mentira andar à solta Que me perguntei Se os hinos que cantei Eram só promessas e ilusões Que nunca passaram de canções
Eu vim de longe De muito longe O que eu andei pra aqui chegar Eu vou pra longe Pra muito longe Onde nos vamos encontrar Com o que temos pra nos dar
O Xico-esperto Usa a cor que lhe convém
Quem dá o flanco Nunca se defende bem
Foste longe e regressaste
Senhores importantes fazem piqueniques churrascam o frango no ardor dos despiques Engolem sangria dos sangues fanados E enxugam os beiços na pele dos queimados
Cozinheira que se esmera Faz a sopa de miséria A contar A contar Os tostões da minha féria E a panela a protestar