domingo, 25 de março de 2012
Para que servem esses píncaros elevados da filosofia, em cima dos quais nenhum ser humano se pode colocar, e essas regras que excedem a nossa prática e as nossas forças? Vejo frequentes vezes proporem-nos modelos de vida que nem quem os propõe nem os seus auditores têm alguma esperança de seguir ou, o que é pior, desejo de o fazer.
Está o casal aos gritos, estão os políticos aos berros... E comenta-se a propósito: "É preciso discutir para chegar a algum lado, da discussão nasce a luz". Bem, a verdade é que não se vê nada. Só quando sou capaz de ouvir, quando sinceramente admito que o outro pode ter razão ou parte dela, é que posso começar a ver. É isso que acontece? Deus queira... Discutir é querer ganhar. Dialogar é procurar a verdade com o que há de bom em cada um.
(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos"
Eis agora um bom método para descobrir os vícios de uma pessoa. Começa por conduzir a conversa para os vícios mais correntes, depois aborda mais em particular os que pensas que possam afligir o teu interlocutor. Fica a saber que se mostrará extremamente duro na reprovação e denúncia do vício de que ele próprio padece. Assim se vêem muitas vezes pregadores fustigar com a maior veemência os vícios que os aviltam.
Na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
estão quinhentos mortos com os olhos abertos.
A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo para fechar os olhos.
Eles bem sabiam dos bancos da escola
como os homens dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem ceder nem um palmo de terra.
Pois é.
Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu tempo para serem heróis.
Eles bem sabiam que o último pensamento
devia estar reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento.
Não lhes deu tempo para pensar em nada.
Agora,
na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos mortos com os olhos abertos.
António Gedeão, in 'Linhas de Força'
estão quinhentos mortos com os olhos abertos.
A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo para fechar os olhos.
Eles bem sabiam dos bancos da escola
como os homens dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem ceder nem um palmo de terra.
Pois é.
Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu tempo para serem heróis.
Eles bem sabiam que o último pensamento
devia estar reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento.
Não lhes deu tempo para pensar em nada.
Agora,
na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos mortos com os olhos abertos.
António Gedeão, in 'Linhas de Força'
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