segunda-feira, 25 de abril de 2011
Entre os militares, crescia o descontentamento em relação ao regime de Marcello Caetano. A guerra colonial prolongava-se e, nas Forças Armadas, começava a tomar forma um movimento que pretendia apresentar soluções para acabar com a guerra. Um grupo de oficiais formou, em 1973, o Movimento das Forças Armadas (M.F. A.), que, no maior segredo, começou a preparar um golpe de estado. Estes oficiais eram bastante jovens e, por isso, o M.F.A. começou por ser conhecido como «Movimento dos Capitães».
Como já aprendeste, Salazar foi afastado do poder em 1968, tendo sido substituído pelo Professor Marcello Caetano. Nos primeiros tempos do seu governo, houve algumas tentativas de aplicar reformas que poderiam vir a mudar o regime.
No entanto, este período inicial, que ficou conhecido como «Primavera Marcelista», não durou muito tempo, regressando a repressão e a falta da liberdade. O descontentamento entre a população era cada vez maior. E porquê?
- A guerra colonial continuava sem solução à vista, o que era um verdadeiro escândalo, a nível nacional e internacional. - Não havia liberdade. As forças da oposição não puderam fiscalizar o acto eleitoral de 1969 (eleição dos deputados à Assembleia Nacional); o voto continuou a não ser alargado a toda a população. Apesar disso, foram eleitos alguns independentes, nas listas da União Nacional, que defendiam as liberdades fundamentais e o fim da violência da polícia política - constituíam a chamada «ala liberal».
Eu revolto-me com comentários a falar de Salazar tipo se acham que isto é mau hoje o que era no tempo dele ? Passava se muita miséria e nem a boca se podia abrir e estou a falar do que sei que os meus pais e avós viveram no regime !
Como é que é possivel apoiarem aquilo que matou , reprimiu e humilhou tanta gente ? não me cabe na cabeça
O golpe de estado militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo, que cederam perante a revolta das forças armadas. Este levantamento é conhecido por Dia D, 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).
Portugal acordou para uma revolução, às 07:30 de 25 de Abril de 1974, com a leitura de um comunicado do Movimento das Forças Armadas, apanhando desprevenida a imprensa estrangeira que tinha, em Lisboa, poucos representantes.
O país que durante o Estado Novo se isolara do resto do mundo suscitava pouco interesse da imprensa estrangeira, exceção feita para a fracassada intentona de 16 de Março de 1974, que logo caiu no esquecimento.
Para a União de Resistentes Antifascistas Portugueses, URAP, é fundamental contar às gerações mais jovens o que foi o fascismo e o 25 de Abril em Portugal. Para que não sejam esquecidos e para que os ideais da Revolução permaneçam e se desenvolvam. Foi com este objectivo que o núcleo de Setúbal, um dos mais activos, promoveu este ano dezenas de debates em escolas básicas e secundárias. A experiência foi positiva e é para repetir.
Se a iniciativa original de distribuir flores aos soldados não tinha um objectivo político consciente, cedo o ganhou. Os cravos transformaram-se de imediato numa palavra de ordem visual, numa expressão da vontade popular de tornar o movimento militar numa revolução pacífica, à semelhança do que havia acontecido noutros países como o Chile e a França.
«O facto de ocorrerem vários casos simultaneamente aumenta o valor do cravo ser um símbolo da ligação do povo aos soldados. É um sinal de identificação entre o movimento militar e as aspirações das pessoas. Só se dá cravos aos amigos», refere Aurélio Santos, dirigente do PCP.
Aquela madrugada fria de 25 de abril, o capitão Salgueiro Maia e seus homens sabiam muito bem o que iriam fazer em Lisboa. O governo tinha de cair a qualquer custo. E caiu com uma facilidade impressionante. Nos dias em que se seguiram ao exílio de Marcelo Caetano – primeiro na Ilha da Madeira e depois no Rio de Janeiro –, a felicidade parecia fácil de ser alcançada. Lisboa viu-se tomada por protestos de todo tipo, com murais inspirados na revolução cultural de Mao Zedong e mulheres pedindo liberdade sexual, entoando em conjunto uma das estrofes mais feministas da história: “Homens na cozinha!”
Amanhecia quando os militares revolucionários chegaram ao Terreiro do Paço, onde ficavam os ministérios. Não foram necessários combates – apenas alguns tiros para o alto foram disparados – ou escaramuças. As tropas mobilizadas ganhavam cada vez mais adesões e o povo tomou as ruas, apoiando o movimento. Alguns telefonemas, emissários e um ultimato.
Passavam 20 minutos da meia-noite de 25 de abril de 1974 quando os acordes de “Grândola, Vila Morena” começaram a tocar numa rádio de Lisboa. Os poucos ouvintes notívagos estranharam, afinal, aquela era uma música proibida, cujos versos foram censurados pelo governo: “Em cada esquina um amigo/ Em cada rosto igualdade/ Grândola, Vila Morena/ Terra da fraternidade.” A canção, que havia se tornado um hino dos jovens e intelectuais contra a ditadura que já durava mais de 40 anos, naquela noite, era um sinal: a revolução começara. A poucos quilômetros de Lisboa, sob o comando do capitão Salgueiro Maia, as tropas do quartel de Santarém começaram a movimentar-se. O mesmo ocorria em vários pontos do país.
Na noite de 24 de Abril de 1974, por volta das 22h:55 m , foi dado o 1º sinal através da rádio com a música de Paulo de Carvalho “E depois do Adeus”
O segundo sinal foi dado às 0h:20m, quando foi transmitida a canção Grândola Vila Morena de Zeca Afonso pela Rádio Renascença que confirmava o golpe e marcava o início das operações.
Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril.
Na perspectiva de então havia dois problemas principais a resolver com urgência. Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.
As colônias africanas foram decisivas para o fim do regime salazarista. Apoiado pela Igreja e pelo ultranacionalismo de um Portugal uno e indivisível de Lisboa ao Timor, o regime perdeu o apoio dos militares nas sucessivas guerras coloniais e da população. Após a queda do salazarismo, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau declararam sua indepêndencia.
Subscrever:
Mensagens (Atom)