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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


Adoçai-me a saudade amarga e dura

Quantas vezes, Amor, me tens ferido?

E ao ver-te sentirá minha alma acesa

Os perfumes, o encanto, as alegrias,

Da estação que remoça a natureza.

Voltai, retrocedei, formosos dias: Ou antes vem, vem tu, doce beleza

Ó benignas manhãs!, tardes saudosas

Notando a causa, revelara o crime.

Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse Cumprir meu gosto!

Vi que era a minha morte a vossa ausência!

Antes mil mortes, mil infernos antes

Quanto horror há no Inferno em si resume

Nem lhe amo a glória, nem lhe invejo a sorte

Mais propenso ao furor do que à ternura

Me gasta a vida, me desfaz o alento!

Que repentino frenesi me anseia!

Ó Céus! Que sinto n'alma! Que tormento!

Desculpa tendes, se valeis tão pouco

Não vos inspire, ó versos, cobardia

Ponderai da Fortuna a variedade

Exponho a vossos olhos, ó leitores


Incultas produções da mocidade

Olhos em brasa de revés me lança; Oh dor! Oh raiva! Oh morte!...

Lá sai do Inferno, e para mim se avança

De hórridos males, de hórridas tristezas.

Ciúme, Ensanguentadas as corruptas presas.