Flag Counter

sexta-feira, 9 de setembro de 2011


se chover na madrugada em que eu procuro o meu caminho


será vaga a nostalgia que outro charco faz viver


a canção lânguida e lenta de quem vai devagarinho


em cada charco uma mágoa que não se pode esquecer






tenho ideias que não tenho, sentimentos que não sinto


sou imagem de outra imagem que se fez não sei de quê


procuro a minha rota, descobrindo que não minto


e o que minto atiro fora para nascer outra vez






não sou forte nem sou pedra nem sou muro levantado


nem sou obra que se erga pouco a pouco, tempo afora


antes sou como uma ideia que se despe do passado


uma planta enraizada na sina da sua hora






se chover na madrugada em que eu procuro o meu caminho


e eu cair em cada charco mas seguir por onde vou


deixarei de olhar no rio de todos mas tão baixinho


porque é mais profundo o charco onde o que beijo é o que sou



Sem comentários: