A dor não me pertence. Vive fora de mim, na natureza, livre como a electricidade. Carrega os ceus de sombra, entra nas plantas, desfaz as flores... Corre nas veias do ar, atrai os abismos, curva os pinheiros... E em certos momentos de penumbra iguala-me à paisagem, Surge nos meus olhos presa a um passaro a morrer no céu indiferente. Mas não choro. Não vale a pena! A dor não é humana.
José Gomes Ferreira
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